via TURBA NEGRA
As Jornadas Anárquicas nascem de iniciativas individuais e coletivas em
Valparaíso, para propor um local de encontro para práticas e ideias
anti-autoritárias, estas jornadas serão realizadas de 21 a 26 de
novembro em diferentes espaços e de diferentes temáticas para
aprofundar as posturas e práticas anárquicas. O objetivo é atrair a
fraternidade e a auto-aprendizagem, gerar a comunicação entre diversas
experiências e lutas em relação à expansão da revolta.
Este ano tem sido agitado na luta contra o poder, tanto interna como
externamente, a realidade se faz confusa, o avanço dxs inimigxs continua
a atacar sem escrúpulos todx rebelde e comunidade em resistência. Nesse
contexto, nós somos habitantes de uma Valparaíso que vive a catástrofe
do capital: com sua gentrificação e turismo da decadência cultural da
mercadoria, com a expansão do porto, a multiplicação de câmeras de
vigilância, a xenofobia e a polícia. Em tempos de eleições, o circo é
evidenciado de sua maneira mais ridícula e arrogante. A democracia e sua
retórica de merda infectam os posicionamentos cidadãos e partidários. A
IIRSA COSIPLAN avança com seus projetos por todo o hemisfério sul; mas,
por sua vez, as diversas críticas e práticas de ação direta e
solidariedade também tomam com mais força e presença; nunca esquecendo
que princípios, meios e fins não devem se confundidos, enfatizando as
contradições, agitando a revolta e as idéias anti-autoritárias.
São tempos difíceis, mas as convicções seguem intactas. Hoje, mais que
nunca precisamos desenvolver nossas posturas, nossas formas de
organização e idéias de liberdade; em tempos de guerra, o que nos resta
é a irmandade, nossos princípios e práticas, a auto-aprendizagem e o
companheirismo. Na tensão do conflito desencadeado é que os
posicionamentos emergem, de diferentes leituras e indivíduxs; porque
este sistema quer a submissão é que apelamos para a rebelião, na memória
histórica de luta anti-autoritária. Sempre é hora para nos rebelar: é aí
onde vive a anarquia, no lado indômito de nossa luta, inimigo acirrado
do poder, sem pactos nem mesquinhez, sem mentiras nem dupla intenção. É
por isso que consideramos necessário multiplicar os momentos de
encontro, onde se aproximem experiências e perspectivas, fraternidade e
companheirismo. Que nosso espírito rebelde não se apague, que a
fraternidade viva na anarquia e que destruíamos a autoridade. Às vezes,
é bom tomar um ar, ver de que lado avança e acender o pavio; outras
vezes, parar, contemplar o local e se encontrar com seus pares:
conspirar e se retroalimentar. Porque o capital e o estado seguem
impávidos com seus lacaios servis, que os conflitos se expandam por
todos os cantos onde exista autoridade.
Porque lembramos dxs compas que se foram: El Brujo, Chente e Zorrita.
Porque não esquecemos dxs sequestradxs pelo estado.
Convidamos todxs aquelxs que querem e sentem a necessidade de se
encontrar, auto-aprender, e se solidarizar com as lutas anárquicas.
Alimapu, Primavera de 2017