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Bra$il – Operação Érebo a terra se move. Agitações e reflexões anárquicas o vento sopra.

via e-mail [tormentasdefogo@riseup.net]

17/11/2017

Operação Érebo a terra se move.

Agitações e reflexões anárquicas o vento sopra.

No amanhecer do dia 25 de outubro de 2017 o tempo fechou para os/as anarquistas de Porto Alegre. A policia Civil com a Operação Érebo pôs em marcha invasões e assaltos televisionados pela mídia local e transmitidos pelos autofalantes do sistema em volume máximo.

A partir desta reação policial, do show e escrache midiático, e da agitação na órbita anarquista mil e uma necessidades, urgências, ideias, impulsos e sentimentos nos atravessaram. Desta reflexão nasceu esta vontade de comunicação. Apontamos nossa determinação contra o inimigo e firmamos o passo com quem faz viver a anarquia em suas posições e práticas.

Nossa natural tendência ao caos.

Somos, existimos e agimos para além do Estado, as leis e a democracia. Procuramos e espalhamos autonomia, mas sabemos que ela não se consegue negociando com o poder1.

Herdeiras/os das lutas pela liberdade e pela terra, dos guerreiros que ainda nos ensinam que se pode existir de várias maneiras para além da sociedade imposta. Sentimos uma inconformidade que persiste e insiste.

Olhando desde esta beira do rio, a democracia é só mais uma forma (atual) em que a civilização domina, mata e tenta apagar formas de existência que vazam da ordem militar e da obediência cega. Ainda mais, essa democracia que se apresenta como “o” valor de moda. E muitos caem cegos, ou ofuscam os olhos pelo seu brilho. Mas quem ama ser livre sabe que é só uma forma de governar e a vida é ingovernável, como os rios que mudam seu andar, como os animais que atacam seus domadores, como os povos que não se “vendem” ao trabalho escravo da sociedade ocidental. Assim a democracia é um ideal incompatível com quem não se deixa governar.

Suas máximas, os direitos, são ferramentas de colonização e de um humanismo que ainda distingue humanos de primeira, segunda, terceira, e mais categorias. Pode alguém defender isso?

Suas punições, as leis, são correntes que alguns adoram, mas que punem e marcam a quem tendo fome rouba e não mendiga.

A negociação com esse mundo é impossível, nossa relação com ele só pode ser o antagonismo2.

Tentam dominar e não podemos deixar de lutar contra isso, sem trégua. Nessa tendência instintiva à liberdade sem regras nem ordem, reconhecemo-nos no caos da anarquia.

A busca por anarquia é por si só um desafio ao poder. Todas as perspectivas da anarquia se propõem a desmantelar as instituições do poder. Podem ter desencontros de como fazê-lo, mas todo anarquista quer os Estados, corporações, suas instituições e valores em ruinas. Disto acreditamos não estarmos enganados. Desta forma o desejo pela anarquia na democracia é por si criminoso.

Não estando no código penal, o anarquismo e a afinidade com ele não são efetivamente crimes. O que nos dá uma margem de ação e deixa mais liberdade para se identificar com ele. Mas a corda dessa liberdade não é muito cumprida.

A chave que desfez o mistério. Plantas exóticas e agitação anárquica.

A ideia de que seres alienígenas chegam trazendo o “mal” é um mecanismo de controle e repressão antigo. Desde a Europa, vários compas anarquistas, expulsos ou foragidos, chegaram neste continente. Aqui eles foram detectados e catalogados como plantas exóticas, inços de ideias e ações perigosas.

Na última década do século XIX os senhores do poder já expulsavam anarquistas considerados nocivos para a “paz social”. Ou seja, seres indomáveis, feras que não se submetiam às leis e à ordem que garantem a exploração. Recordamos de Giuseppe Gallini que junto a outros companheiros agitadores na cidade de São Paulo foram presos e expulsos. Lembramos também de José Saul, expulso da cidade de Pelotas por ser um agitador anarquista. Mesmo destino tiveram vários outros compas anárquicos.

Em 1907, em resposta a crescente agitação social (revoltas, greves, organizações autônomas dos trabalhadores) e a também crescente presença anarquista, o Estado brasileiro endurece as políticas de expulsão contra os indesejáveis. Costurando uma nova fantasia jurídica para seus bailes repressivos, a lei Adolpho Gordo.

Quando os governantes, juízes e policiais afirmam, desde 1800 até agora, que os anarquistas somos plantas exóticas, propiciam sentimentos de xenofobia, e também constroem a imagem de uma suposta “passividade” nativa.

As políticas de expulsão e escrache contra aqueles que trazem a “teoria do caos”3 era e continua sendo um mecanismo de dispersão de encontros combativos. Segundo estas, a agitação anárquica seria exótica e poderia ser arrancada jogando os inços fora do Jardim.

Uma coisa é certa, os e as anarquistas chegaram de barco e continuam chegando por várias trilhas, no entanto, o impulso anárquico e o combate a dominação4 estão nestas terras desde tempos imemoráveis. O desejo de liberdade não tem época, pátria nem fronteiras e, anárquicos como somos, não reconhecemos a repartição do mundo em países, em Estados. A debilidade que teríamos ao pensar o mundo dividido em linhas artificiais nos deixaria doentes, sem a capacidade de reconhecer a terra com seus limites próprios e mutáveis, montanhas, rios, florestas, quebradas.

Assim, também, não reconhecemos que nossos companheiros sejam pertencentes a um ou outro pais, nós somos anarquistas e companheiros pela afinidade que temos em oposição ao controle e dominação. Não temos pátrias nem bandeiras e estamos longe de nos deixar nortear por sentimentos nacionalistas que só paqueram com o fascismo. O mundo é nosso porque com ele somos, e pela terra que habitamos sentimos nojo do progresso.

Além do mais, as ações recolhidas nas Cronologias da Confrontação Anárquica5 estão muito longe de serem alienígenas ou desorientadas dentro do contexto atual do território controlado pelo Estado brasileiro, como podemos constatar.

Os partidos políticos PSDB, PSB, PSD, DEM receberam visitas anárquicas6. O agronegócio, devastador da terra e dos povos, foi atacado com incêndio ao Banco Bradesco, a destruição de mudas de eucalipto e também barricadas incendiarias e bloqueios de estradas em território em luta com a civilização.

Também a militarização da vida foi nitidamente rechaçada com o ataque da Galera do Pixo do Triangulo CAV do Terror ao monumento da louvação da guerra nos arcos da Redenção, com a parcial destruição pelo Grupo de Hostilidades Contra Dominação do monumento do Batalhão de Suez/ONU avôs dos que hoje militarizam o Haiti, e com o ataque dos Vândalos Selvagens Antiautoritários que contribuiu para a retirada do tanque de guerra exposto como monumento na avenida Ipiranga.

Várias dessas ações foram, intuímos, incompreensíveis para a lógica da competição pelo poder. Eram ações que nada pediam nem demandavam. Só agrediam à dominação. Até que apareceu a chave que desfez o mistério (segundo o telejornal Fantástico), as Cronologias da Confrontação Anárquica e a publicação Benvindos ao Inferno.

Maldita literatura anarquista!

Os livros que estão na mira da polícia, além de difundir uma idéia, falam de ações reais. Eles coletam e apresentam várias peripécias e ousadias de alguns indomáveis. Vários bandos que bateram contra o que sentiam que oprime. Livros que um amante do controle e da submissão jamais gostaria de ver difundidos. É por isso que estes livros são livros abomináveis para as autoridades, mas também por isso, são livros de alta consistência insubmissa.

Na caminhada anárquica, vários exemplos deste tipo de perseguição literária dentro das democracias vem nos ensinando que escrever sobre a confrontação é tomado como uma afronta pelo poder. A publicação O Prazer Armado, escrito por Alfredo Maria Bonanno, provocou sua detenção na Itália e anos depois sua edição e impressão foi uma das “provas” de acusação contra o companheiro anarquista Spyros Mandylas e a Okupa Nadir na Grécia. No mesmo continente, na Espanha, o livro Contra a democracia foi usado como prova de uma suposta participação em uma organização catalogada como terrorista pelo Estado espanhol, que teve como resultado várias invasões, detenções e operações contra os compas, as quais nos permitiram solidarizar com elas, nos aproximar e nos fortalecer na procura de liberdade e na certeza de que estamos em planos antagónicos de vida, os que amamos a liberdade e aqueles que são capazes de encerrar, isolar, controlar horas de sol e formas de contato.

Ontem como hoje a busca por anarquia impressa em palavras sobre o papel tem sua potência de difusão e inspiração. Pânico para as autoridades de plantão que reagem com agressões assaltos e seqüestros.

Em 1969, no Rio de Janeiro, os militares destruíram e assaltaram o espaço de agitação dos anarquistas, o CEPJO (Centro de Estudos Professor José Oiticica), roubando ainda uma vasta biblioteca na residência do anarquista Ideal Perez. Além de roubarem os escritos originais do livro Nacionalismo e Cultura que estava por editar o anarquista Edgar Rodrigues, o qual para reavê-lo o comprou de volta dos repressores.

Em 1973 em Porto Alegre o DOPS (Departamento de Ordem Político e Social) chefiado pelo delegado Pedro Seelig invadiu a Gráfica Trevo, uma gráfica conduzida por anarquistas que, para além de impressões comerciais, imprimiam os jornais anarquistas que circulavam na época: O Protesto, vendido nas bancas de revistas de Porto Alegre e o jornal Dealbar, editado pelo anarquista Pedro Catalo, difundido em São Paulo. Também imprimiam livros editados por sua editora Proa. Nesta ocasião do assalto policial foram destruídos praticamente toda a impressão do livro O futuro pertence ao socialismo libertário e confiscado originais de futuras edições. Nesta tempestade casas particulares foram destroçadas e vidas foram sadicamente agredidas.

Malditos são nossos livros, jornais, escritos. Malditos somos os que tem a coragem e ousadia de escrevê-los, editá-los, traduzi-los, imprimi-los, difundi-los.

O Estado, a polícia, a democracia …

Não precisa de provas para perseguir anarquistas.

É sabido que nas perseguições a anarquistas não se precisam provas. Os livros foram o único fio que puderam segurar para apontarem a alguns que desde a agitação e propaganda incomodaram.

Sem provas mas não sem justificação, a reação do poder tem sua justificação sim. E essa justificação paradoxalmente é nosso maior sorriso. Saber que alguns bandos anárquicos bateram no poder só pode valorizar nossa posição já que manifesta antagonismo. Se nós nos chamamos anarquistas é porque não admitimos autoridade em nossas vidas nem na terra, assim o antagonismo à ordem imperante é um indicador básico de estar seguindo a trilha que dizemos seguir.

A Operação Érebo “procura dar com os autores dos ataques”, ou seja persegue ações mas parece ir atrás de ideias. Farejando literatura ácrata e pegando amostras das tendências, diversas, da anarquia. Confundindo a propaganda escrita com a propaganda pelo fato.

A propaganda escrita põe em evidencia algo que pareceria que queriam manter em segredo: que o poder pode apanhar dos anarquistas.

Temos claro que se se persegue as posições antiautoritárias é porque não se queimaram bancos, viatura e igrejas por piromania mas pela rejeição ativa e combativa à mercantilização da vida à punição e ao controle. E quando falamos disso não é em tom de denuncia mas como grito de alegria. É ai onde as ideias e afinidades “pesam”. Somos vários, todos, alvos na mira repressiva. Então na tormenta, no olho do furacão, ou flertamos com a passividade sistêmica nos maquiando de leis e direitos ou saímos mais fortes gritando que viva a anarquia contra toda forma de poder.

Luz câmera e ação. O show midiático.

A televisão tem uma força avassaladora no Brasil. É uma referência na vida das pessoas para entender seu entorno, criar prioridades, ter uma posição. Não é um exagero afirmar que a TV adestra as pessoas, manipula vidas, abertamente realiza experiências no comportamento das pessoas a partir dos estímulos que emitem suas ondas, em suas notícias propagandas e novelas.

Quando falamos da TV alinhamos junto seus jornais impressos, faces de um mesmo corpo, como: Zero Hora-RBS.TV/Globo7. Estes junto ao Correio do Povo e SBT8 protagonizaram associados licitamente à polícia a vingança do poder contra os anarquistas.

Se a TV é o controle à distância para os cidadãos saberem quem são os “novos inimigos da paz social”. Para os inimigos, ou seja para nós anarquistas, o show pretende ser o ventilador que espalha o medo. Cenas criadas toscamente como o encapuzado lendo a Cronologia ou os molotovs de garrafa pet e a polícia quebrando portas ao grito de “policia!”, querem mandar o recado da perseguição, querem provocar o medo em nosso bando e ainda em uma investigação que diz ser de sigilo, escracham e deixam em evidencia os “suspeitos”.

Trata-se de um linchamento midiático e certamente para quem não procura diálogo com a ordem social isso tem um peso. Abundam os comentários que se somando ao linchamento pedem fotos dos suspeitos ou reclamam por desvincular suas vidas de algo que uma vez retratado como o “mal” tem que ser banido e afastado para não poluir sua impecável vida cidadã.

Analistas políticos e juristas deram o toque ilustrado para espalhar o medo com “fundamentos”. Os anarquistas podem ou não serem julgados pela lei antiterrorista? Foi o debate apresentado por eles no show. Para além das uteis aulas que deram sobre o tema no Fantástico, mostraram que junto das forças repressivas os sábios da sociedade também colaboram com a criação do novo medo social. Não se trata mais de uma nota policial, agora é um tema social, jurídico, político, filosófico.

Os alcances desta confabulação podem ser maiores, o medo pode calar todo tipo de dissidência. Assim, o show serve para acalmar possíveis protestos e inconformismos com a genocida forma de governar da democracia.

Sabemos que os anarquistas e os povos fora da civilização e marginais tem um antagonismo que ficara depois do show. Mas, as outras dissidências se apressaram em se branquear como obedientes cidadãos? O medo penetrara até os ossos dos que se chamam rebeldes?

Entre nós não. Este texto assim como outras manifestações parecem afirmar o rechaço contra a dominação e não se deixar abater pelo medo.

O show vende e compra. Comprou a premissa no leilão policial da Operação Érebo. E vende. Sabemos que as notícias não são a toa, são jogadas pensadas no tabuleiro da dominação, visando fins específicos. É claro, eles nos dirão serem imparciais, portadores da justa visão dos fatos, da verdade.

Não existe mídia da livre expressão. A associação entre a mídia, polícia e justiça são profundas para punir todos que não dançam sua música.

Anarquistas.

Novembro de 2017.

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Nosso salve pra aqueles que não deixarm passar o vento sem o sopro da solidariedade:

A aqueles seres que fizeram uma manifestacao solidaria na grande ilha do Pacifico

Aos compas que mandaram solidariedade desde o outro lado da cordilheira dos Andes.

A compa que mando a poesia para os perseguidos desde a rebeliao das palavras

A todos que não se manteram quietos.

Todas essas ações se fizeram sentir.

1 Distanciamo-nos da ideia de que o poder é bom ou ruim dependendo de quem o exerce. Brindamos com Bakunin “Todo poder corrompe”.

2 Usamos a palavra antagonismo para expressar a incompatibilidade da anarquia com o poder e a dominação.

3 Palavras do delegado Jardim no jornal do almoço na manha do dia 25 de outubro de 2017, tentando definir os/as anarquistas investigados.

4 Tomamos a referência da posição contra a dominação de alguns dos comunicados que reivindicam os ataques que detonaram a Operação Érebo. O combate á dominação, segundo estas ações, não se trata de um antagonismo que priorize uma linha (classe, raça, gênero, defesa da terra), mas de um antagonismo em conflito com isso tudo e ainda mais, contra as sutis e complexas formas de controle e domínio.

5 As Cronologias da Confrontação Anárquica, são dois dos três livros que estão no foco da Operação Érebo.

6 Segundo as Cronologias da Confrontação Anárquica ações de ataque reivindicadas quanto não reivindicadas (conhecidas só pelas notícias) apresentam o princípio anárquico se agem em antagonismo com as instituições do controle e da dominação. Os partidos, neste caso, são os principais contendentes na procura de governar, controlar e mandar na população e no território.

7 A empresa Zero Hora-RBS.TV/Globo no processo instaurado contra o Bloco de Lutas nas agitações de 2013 dispôs até de repórter como testemunha de acusação.

8 Na manhã do dia 25/10/2017 somando-se ao show televisivo o repórter Thiago Zahreddine, da empresa SBT, apresentou a mistura aberrante dos anarquistas investigados como neonazistas, em suas palavras: “Se definem como vândalos de ideologia neonazista afim de enfrentar todo tipo de autoridade”. Tendo em conta a receptividade das pessoas ao que lhes diz a TV, essa aberração vai para além da estupidez do repórter.

Porto Alegre, Brasil – Comunicado de la Biblioteca Kaos ante la persecución contra anarquistas

via TURBA NEGRA

Cuando la anarquía incomoda
Comunicado de la Biblioteca Kaos ante la persecución contra anarquistas

Hay muchas cosas para hablar, pero iremos por lo más urgente. El 25 de
octubre comenzó una persecución anti-anarquista contra la FAG
(Federación Anarquista Gaucha), la Parhesia, la ocupación Pandorga y
algunas individualidades que tuvieron espacios y viviendas invadidas por
la policía. Si no todo, probablemente una buena parte de la diversidad
anarquista fue alcanzada y varios de ellos se pronunciaron desde sus
concordancias, con firmeza, ante la represión. Y eso es viento fresco
que fortalece a todo aquel que se sienta en sedición.

Es evidente que la mira de los agentes de la represión también apunta
contra nosotros, contra las publicaciones que hicimos o en las que
participamos. Y es sobre eso que vamos a pronunciarnos. La cronología de
la Confrontación Anárquica, tanto la que recoge información desde el
2000 hasta el 2015, como aquella que recoge el accionar anárquico del
2016, son los libros que exhiben como “pruebas” de vandalismo, ataques,
y actos criminales. Entre las múltiples formas de buscar la libertad que
tiene el anarquismo, esos libros hablan de la informalidad anárquica
como una opción de acuerdo con el rostro de la dominación actual. Aún
más, aclaramos que estos libros hablan de acciones que no son
anarquistas sólo. El foco de los libros es la difusión de acciones
anárquicas. Para ser más precisos, se difunden acciones en las que
sentimos el aroma de la anarquía. Y entre el anarquismo y la anarquía
hay diferencias que pueden ser delicadas pero que son importantes.

El instinto anárquico es aquel impulso anti-dominación que puede estar
presente en cualquier individualidad o colectividad, además de las
pertenencias ideológicas y las militancias políticas. Es por eso que en
las cronologías incluimos conflictos de las poblaciones no occidentales,
la conflictividad en las calles dentro de protestas más amplias y
motivaciones diversas, acciones contra el Estado y el Capital y mucho
más. Lejos de ir por la teoría, aclaramos esto ya que la persecución
contra los anarquistas no tiene en cuenta estas diferencias buscando
encontrar un chivo expiatorio para múltiples eventos que incomodaron a
los policías ya los poderosos de siempre.

En el caso de la policía, el Delegado Jardim, y los medios muestran como
la gran novedad, hechos que ya fueron titulares en su momento y ya
fueron investigados por la policía también, sólo por el hecho de estar
condensadas en nuestras publicaciones. Ninguno de los libros es una
reivindicación. Son libros de una memoria anárquica, con acciones y
conflictos muy anteriores a la existencia de la Biblioteca Kaos y que
seguramente van a continuar más allá de nosotros. La publicación
muestra, con alegría y de cabeza erguida sí, la existencia de un
enfrentamiento anárquico que da respuesta a la dominación, a la
devastación de la tierra y al ataque contra toda forma de libertad, pero
no reivindica la autoría de esos hechos que pueden ser cosechados, tal
como lo hicimos de varias páginas web y periódicos locales. Y si hicimos
esas publicaciones sabiendo del riesgo que ellas presentaban es porque
la insubmisión merece ser defendida, aullada, festejada y gritada por
todos los medios posibles. Nunca creemos ni respetar la obediencia que
pretenden imponer, la sumisión y el miedo que quieren inocular en las
personas desde que nacen.

Además todo. Las acciones que están en las cronologías son acciones de
ataque contra la materialidad de la dominación. Es decir contra
edificios, coches, máquinas, caminos, vidrios. Cosas. Objetos. Símbolos.
La policía del territorio controlado por el estado brasileño es
internacionalmente famosa por ser una policía asesina. Las operaciones
de pacificación, son matanzas, auténticas masacres, como la de la
Candelaria y la del Carandiru, así como el asesinato por las costas de
Eltom Brum que hasta tuvo una hinchada policial recibiendo al asesino. Y
son ellos quienes vienen a hablar de terror, de pandillas del mal, de
intento de homicidio? Muestra un estiling y ladrillos ecológicos como
armas, mientras ellos están de pistola en la mano. Hablan de terrorismo
y pandillas del mal mientras preparan la siguiente invasión contra una
villa o favela, donde los muertos ni serán mencionados por los medios.
Así, insignificantes son para ellos. Nos gustaría creer que todos se
sienten insultados con las pruebas del Delegado Jardim. En un contexto
donde las armas están en la actualidad, los ladrillos ecológicos
presentados como explosivos son un insulto para cualquiera. Sin embargo,
no olvidamos el uso policial del Pinho Sol [famoso desodorante] como
arma (prueba) contra Rafael Braga* a quienes se secuestrar hasta que él
tome tuberculosis, o sea, hasta sentir que hicieron todo para matarlo.

Las represiones contra los anarquistas muestran dos cosas. La primera
que presenta “terroristas” en la pantalla sirve como show para sacar los
focos de los problemas como la corrupción, el descrédito
político-policial y el genocidio despacio mediante reformas económicas.
Que ahora intentan resolver hechos del 2013** y persigan un libro y
literatura, muestra claramente un uso mediático y espectacular que
pretende ocultar el creciente ataque contra la población, despolitizar
mediante amenazas y esparcir el miedo hasta de leer (prácticas
evidentemente democráticas).

La segunda cosa que presenta una persecución anti-anarquista es que la
anarquía incomoda. Cuando hablamos de la anarquía que molesta,
claramente, no estamos hablando de niños y niñas bien comportados
actuando dentro de las márgenes impuestas por el poder, no hablamos de
personas que tienen las leyes en sus cuerpos y corazones diseñando sus
límites de acción. Cuando hablamos de la anarquía que molesta hablamos
de una insubmisión tan fuerte de personas y grupos que han sido capaces
de interrumpir la normalidad de la plaza de los poderes, de paralizar la
ciudad, de romper los símbolos de la militarización en Haití***, de
quemar los vehículos que secuestran, y matan arrastrando como caballos
de la inquisición (Claudia no olvidamos su muerte).

Los libros de la Biblioteca Kaos difunden esta anarquía. La que molesta.
La que responde el embate del agronegocio, de la civilización
colonizadora, de la militarización, del ecocídio, de la sociedad
carcelaria… En palabras más simples, mientras la dominación intenta
destruir el planeta y todos los que ellos creen indeseables, difundimos
lo que ataca la dominación.

Y cuando la anarquía incomoda, la reacción de los poderosos amenaza y
quiere husmear el miedo. La respuesta anarquista y anárquica contra esa
persecución quedará en nuestros corazones y acciones. Cómo enfrentamos
esta encrucijada marcará el momento de nuestro paso por el sendero de la
vida en rebeldía.

Fuerza y ​​solidaridad con lXs perseguidxs por la operación Érebo.

Biblioteca Anárquica Kaos
Octubre de 2017

 

Notas de traducción:

*Rafael Braga fue arrestado durante las protestas de 2013. En ese
momento, él era sin techo y simplemente fue sacado de su lugar mientras
los policías reprimían el manifestación.

**2013 es recordado como un año de levantamiento callejero contra
tarifas de transporte en gran parte del territorio bajo dominio del
estado bra$ileña. Como en otros territorios del mundo, hubo muchos de
protestas insurgentes en su mayoría autoorganizadas.

***El ejército brasileño es responsable de la militarización de Haití.

****Cláudia Silva Ferreira murió en marzo de 2014, baleada y luego
arrastrada alrededor de 300 a 350 metros por el vehículo policial en Rio
de Janeiro.

Porto Alegre [Bra$ile]: “Quando l’anarchia disturba” – Dichiarazione della Bibliotec Kaos sugli attacchi contro anarchici

via ANARHIJA

FANCULO “L’OPERAZIONE ÉREBO”

Ci sono molte cose da dire, ma inizieremo con la più urgente. Il 25 ottobre è iniziata la caccia anti-anarchica, contro il FAG [Federazione Anarchica Gaucha], l’istituto Parhesia, lo spazio occupato Pandorga e alcune individualità che hanno visto i propri spazi e le proprie case invase dalla polizia. Se non proprio tutta, ma probabilmente una buona parte della varietà anarchica è stata colpita e varie di loro si sono pronunciate in accordo, con fermezza, contro la repressione. E questo è aria fresca che rafforza ognuno che sente l’eversione.

E’ evidente che l’obiettivo degli agenti della repressione punta anche contro di noi, contro le pubblicazioni che abbiamo fatto o in cui abbiamo partecipato. Ed è di questo che parleremo. “La cronologia di scontro anarchico”, quella che raccoglie le informazioni da 2000 a 2015, e quella che raccoglie l’attivazione anarchica del 2016, sono entrambi libri esibiti come “prove” di vandalismo, attacchi e atti criminosi. Tra le molteplici forme che l’anarchismo utilizza nella ricerca di libertà, questo libro parla di informalità anarchica come un’opzione in base all’attuale volto del dominio. Inoltre, chiariamo che questo libra parla di azioni, ma non solo di quelle anarchiche. Per esser più precisi, esso diffonde azioni nelle quali sentiamo l’aroma di anarchia. E tra l’anarchismo e l’anarchia ci sono differenze che possono essere delicate, ma sono però importanti.

L’istinto anarchico è quell’impulso anti-dominio che può essere presente in qualunque individuo o collettivo, al di là delle appartenenze e della militanza politica. Per questo motivo nelle cronologie includiamo conflitti di popolazioni non-Occidentali, gli scontri di strada nelle proteste più ampie e di diverse motivazioni, le azioni contro lo Stato e il Capitale, e molto ancora. Lungi dalle teorie, chiariamo questo perché la persecuzione degli anarchici non considera questa differenze nella ricerca di un capro espiatorio per vari episodi che preoccupano la polizia e i potenti di sempre. E’ sorprendente che la polizia, il capo Jardim e i media mostrano come una grande novità dei fatti che sono già sono apparsi in prima pagina all’epoca, e che sono già stati indagati dalla polizia, solo perché tutti questi fatti sono condensati nella nostra pubblicazione. Nessuno dei libri è una rivendicazione. Esistono libri di memoria anarchica, con azioni e conflitti da molto prima dell’esistenza di Biblioteca Kaos, che sicuramente continueranno nonostante noi. La pubblicazione espone con gioia e, sì, a testa alta l’esistenza di uno scontro anarchico che risponde al dominio, alla devastazione delle terra e all’attacco di tutte le forme di libertà, ma non rivendica questi fatti che possono essere raccolti, come lo abbiamo fatto noi da varie pagine internet e giornali locali. E se abbiamo realizzato questa pubblicazione consci del rischio che rappresentava, è perché la ribellione merita di essere difesa, urlata, celebrata e gridata con tutti i mezzi possibili. Mai rispetteremo e mai crederemo nell’obbedienza che vogliono imporci, la sottomissione e la paura che vogliono inculcare nelle persone dal momento che nascono.

Perciò le azioni stampate nelle cronologie sono attacchi contro la materialità del dominio. Cioè contro gli edifici, le macchine, i macchinari, le strade, le finestre. Personale. Oggetti. Simboli. La polizia del territorio controllato dallo Stato brasiliano è famosa a livello internazionale per essere una polizia assassina. Le cosiddette “operazioni di pacificazione” sono massacri, massacri autentici, come Candelária[1] e Carandiru[2], come anche l’omicidio con un tiro ale spalle di Eltom Brum[3], con addirittura la massa di polizia che riceveva l’assassino. E sono loro che parlano di terrore, di bande del male, del tentato omicidio? Mostrano una fionda e dei mattoni ecologici come armi, mentre tengono fucili in mano. Parlano di terrorismo e bande del male mentre preparano la prossima invasione contro un villaggio o una favela, dove i morti non saranno neanche menzionata nei media. Tanto sono insignificanti per loro. Ci piacerebbe credere che ognuno si sente insultato dalla prova del capo Jardim. In un contesto dove le armi sono usuali, i mattoni ecologici presentati come esplosivo son un insulto ad ognuno. Però, noi non dimentichiamo quando Pinho Sol [nota marca di deodorante] era considerato arma e utilizzato come “prova” contro Rafael Braga[4], che hanno tenuto dietro le sbarre finché non si è ammalato di tubercolosi, cioè finché non hanno sentito di aver fatto di tutto per ammazzarlo.

La repressione degli anarchici dimostra due cose. La prima, presentare dei “terroristi” sugli schermi come uno spettacolo televisivo per far girar i riflettori lontano da questioni come la corruzione, la sfiducia nella politica e nella polizia e il lento genocidio attraverso le riforme economiche. Il fatto che adesso cercano di risolvere i fatti del 2013[5] e perseguire un libro e delle letture dimostra chiaramente un tentativo spettacolare di celare l’attacco crescente contro la popolazione, di depoliticizzare con minacce e diffondere la paura addirittura nel leggere (chiare pratiche democratiche). La seconda cosa che rappresenta la persecuzione anti-anarchica è che l’anarchia disturba. Quando parliamo dell’anarchia che disturba, chiaramente non parliamo di ragazze e ragazzi che si comportano bene e agiscono nei limiti imposti dal potere, non parliamo di persone che possiedono leggi nei propri corpi e nei propri cuori tracciando i propri limiti d’azione. Quando parliamo di azione che disturba, parliamo di un’insubordinazione talmente forte di persone e gruppi che è stata capace di interrompere la normalità dell’arena del potere, di paralizzare la città, di distruggere i simboli di militarizzazione su Haiti[6], di incendiare i veicoli che sequestrano e uccidono trascinando come i cavalli dell’inquisizione (Claudia non dimentichiamo la tua morte).

I libri della Biblioteca Kaos diffondono questa anarchia. Quella che disturba. Quella che risponde allo scontro di agribusiness, colonizzazione civilizzazione, militarizzazione, ecocidio, società carceraria… In parole semplice, mentre il dominio cerca di distruggere il pianeta e tutto ciò che trova indesiderabile, noi diffondiamo ciò che attacca il dominio.

E quando l’anarchia infastidisce, la reazione dei potenti minaccia e vuole annusare la paura. La risposta anarchica a questa persecuzione rimarrà nei nostri cuori e nelle nostre azioni. Come affronteremo questo crocevia segnerà il momento del nostro passaggio per il sentiero di vita ribelle.

Forza e solidarietà con gli accusati in “Operazione Érebo”

Biblioteca Anarchica Kaos

Ottobre 2017

[1] Massacro di Candelária, Rio de Janeiro, 1993, otto bambini di strada senza fissa dimora uccisi dalla polizia.

[2] Massacro di Carandiru, San Paolo, 1992, 111 prigionieri uccisi dalla polizia militare durante una rivolta.

[3] Il senza terra Elton Brum da Silva ucciso nel 2009 da un fucile calibro 12, mentre dava le spalle alla Brigata costituita da 80 militari armati anche di spade, durante lo sgombero della Fazenda Southall a São Gabriel.

[4] Rafael Braga arrestato durante le proteste del 2013. Nell’epoca senzatetto, è stato semplice portato via dal suo luogo mentre la polizia reprimeva la manifestazione.

[5] 2013 è ricordato come un anno di sommosse di strada contro caro-trasporti in gran parte del territorio sotto il dominio dello Stato bra$iliano. Come in altri territori del mondo, ci sono state molte rivolte perlopiù auto-organizzate.

[6] L’esercito bra$iliano è responsabile per la militarizzazione di Haiti.

[Porto Alegre, Bra$il] “Quando a anarquia incomoda.” Comunicado da Biblioteca Kaos diante da perseguição contra anarquistas

Há muitas coisas para falar, mas iremos pelo mais urgente. O 25 de outubro começou uma perseguição anti-anarquista contra a FAG [Federação Anarquista Gaúcha], o Parhesia, a ocupação Pandorga e algumas individualidades que tiveram espaços e moradias invadidas pela polícia. Se não toda, provavelmente uma boa parte da diversidade anarquista foi atingida e várixs deles se pronunciaram desde suas concordâncias, com firmeza, diante da repressão. E isso é vento fresco que fortalece a todo aquele que se sinta em sedição.

Fica evidente que a mira dos agentes da repressão também aponta contra nós, contra as publicações que fizemos ou nas quais participamos. E é sobre isso que vamos a nos pronunciar. A cronologia da Confrontação Anárquica, tanto aquela que recolhe informação desde o 2000 até o 2015, quanto aquela que recolhe o acionar anárquico do 2016, são os livros que estão exibindo como “provas” de vandalismo, ataques, e atos criminosos. Dentre as múltiplas formas de procurar a liberdade que tem o anarquismo, esses livros falam da informalidade anárquica como um opção de acordo com o rosto da dominação atual. Ainda mais, esclarecemos que estes livros falam de ações que não são anarquistas só. O foco dos livros é a difusão de ações anárquicas. Para ser mais precisos, se difundem ações nas quais nós sentimos o aroma da anarquia. E entre o anarquismo e a anarquia há diferenças que podem ser delicadas mas que são importantes.

O instinto anárquico é aquele impulso anti-dominação que pode estar presente em qualquer individualidade ou coletividade, para além dos pertencimentos ideológicos e militâncias políticas. É por isso que nas cronologias incluímos conflitos das populações não ocidentais, a conflitividade nas ruas dentro de protestos mais abrangentes e motivações diversas, ações contra o Estado e o Capital e muito mais. Longe de ir pela teoria, esclarecemos isto já que a perseguição contra os anarquistas não toma em conta estas diferenças procurando achar um bode expiatório para múltiplos eventos que incomodaram aos policias e aos poderosos de sempre.

Surpreende que a polícia, o Delegado Jardim, e a mídia mostram como a grande novidade, fatos que já foram manchete no seu momento e já foram pesquisados pela polícia também, só pelo fato de estarem condensadas em nossas publicações. Nenhum dos livros é uma reivindicação. São livros de uma memória anárquica, com ações e conflitos muito anteriores à existência da Biblioteca Kaos e que com certeza irão continuar para além de nós. A publicação mostra, com alegria e de cabeça erguida sim, a existência de um confronto anárquico que dá resposta à dominação, à devastação da terra e ao ataque contra toda forma de liberdade, mas não reivindica a autoria desses fatos que podem ser colhidos, tal como nós fizemos de várias páginas de internet e jornais locais. E se fizemos essas publicações sabendo do risco que elas apresentavam é porque a insubmissão merece ser defendida, uivada, festejada e gritada por todos os meios possíveis. Jamais acreditaremos nem respeitaremos a obediência que pretendem impor, a submissão e o medo que querem inocular nas pessoas desde que nascem.

Para além disso tudo. As ações que estão nas cronologias são ações de ataque contra a materialidade da dominação. Ou seja contra prédios, carros, máquinas, estradas, vidraças. Coisas. Objetos. Símbolos. A polícia do território controlado pelo estado brasileiro é internacionalmente famosa por ser uma polícia assassina. As operações de pacificação, são chacinas, autênticos massacres, como a da Candelária e a do Carandiru, assim como o assassinato pelas costas de Eltom Brum que até teve uma torcida policial recebendo o assassino. E são eles quem vem a falar de terror, de quadrilhas do mal, de tentativa de homicídio? Mostram um estilingue e tijolos ecológicos como armas, enquanto eles estão de pistola na mão. Falam de terrorismo e quadrilhas do mal enquanto preparam a seguinte invasão contra uma vila ou favela, onde os mortos nem serão mencionados pela mídia. Assim, insignificantes são para eles. Gostaríamos de acreditar que todos se sentem insultados com as provas do Delegado Jardim. Num contexto onde as armas são corriqueiras, tijolos ecológicos apresentados como explosivos é um insulto para qualquer um. Porém, não esquecemos do uso policial do pinho sol como arma (prova) contra Rafael Braga a quem sequestraram até ele pegar tuberculose, ou seja, até sentir que fizeram de tudo para matá-lo.

As repressões contra os anarquistas mostram duas coisas. A primeira que apresentar “terroristas” na tela serve como show para tirar os holofotes dos problemas como a corrupção, o descrédito político-policial e o genocídio devagar mediante reformas econômicas. Que agora tentem resolver fatos do 2013 e persigam um livro e literatura, mostra claramente um uso midiático e espetacular que pretende esconder o crescente ataque contra a população, despolitizar mediante ameaças e espalhar o medo até de ler (práticas evidentemente democráticas).

A segunda coisa que apresenta uma perseguição anti-anarquista é que a anarquia incomoda. Quando falamos da anarquia que incomoda, claramente, não estamos falando de meninos e meninas bem comportados agindo dentro das margens impostas pelo poder, não falamos de pessoas que tem as leis no seus corpos e corações lhes desenhando seus limites de ação. Quando falamos da anarquia que incomoda falamos de uma insubmissão tão forte de pessoas e grupos que tem sido capazes de interromper a normalidade da praça dos poderes, de paralisar a cidade, de quebrar os símbolos da militarização no Haiti, de queimar os veículos que sequestram, e matam arrastando como cavalos da inquisição (Claudia não esquecemos da sua morte).

Os livros da Biblioteca Kaos difundem essa anarquia. A que incomoda. Aquela que responde o embate do agronegócio, da civilização colonizante, da militarização, do ecocídio, da sociedade carcerária… Em palavras mais simples, enquanto a dominação tenta destruir o planeta e todos que eles acham indesejáveis, nós difundimos o que ataca a dominação.

E quando a anarquia incomoda, a reação dos poderosos ameaça e quer farejar o medo. A resposta anarquista e anárquica contra essa perseguição ficará nos nossos corações e ações. O como enfrentamos esta encruzilhada marcará o momento de nosso passo pela trilha da vida em rebeldia.

Força e solidariedade com Xs perseguidxs pela operação Érebo.

Biblioteca Anárquica Kaos

Outubro de 2017

[Porto Alegre, Bra$il] “When anarchy disturbs” LIbrary Kaos statement about the prosecution against anarchists

via A_N_A

translated by tormentasdefogo

There are many things to say, but we will start with the most urgent. In the 25 of October began an anti-anarchist persecution against FAG [Gaucho Anarchist Federation] Parhesia institute, Pandorga squat and some individuals who had their spaces and houses raided by cops. If not all, probably a good part of the anarchist diversity was reached and several of them spoke firmly from their agreement against repression. And this is a fresh air that strengthens every one who feels sedition.

It is evident that the aim of the agents of repression also points against us, against the publications we have made or in which we participate. And that is what we are going to say. “The chronology of the Anarchic Confrontation”, the one that collects information from 2000 to 2015, and the one that collects the anarchic trigger of 2016, both are the books that are being exhibited as “evidence” of vandalism, attacks, and criminal acts. Among the many ways anarchism has to search for freedom, these books speak of anarchic informality as an option according to the current domination’s face. Further, we clarify that these books speak of actions but not only anarchists ones. The focus of the books is the diffusion of anarchic actions. To be more precise, it spread actions in which we feel the aroma of anarchy. And between anarchism and anarchy there are differences that may be delicate but which are important.

The anarchic instinct is that anti-dominating impulse that can be present in any individuality or collectivity, beyond the ideological belongings and political militancy. That is why in the chronologies we include conflicts of non-Western populations, street conflict within larger protests and diverse motivations, actions against the State and Capital, and more. Far from going by the theory, we clarify this since the persecution against the anarchists does not consider these differences in order to find a scapegoat for multiple events that bothered the cops and the powerful of always. It is surprising that the police, deputy Jardim, and the media, show as the great news some facts that were already headlines at the time and have already been searched by cops, just because all these facts are condensed in our publications. None of the books is a claim. They are books of an anarchic memory, with actions and conflicts long before the existence of the Kaos Library, which will surely continue beyond us. The publication shows with joy and yes, with head held high, the existence of an anarchic confrontation that respond to the domination, the devastation of the earth and the attack against all forms of freedom, but it does not claim responsibility of these facts that can be collected, as we have done from various internet pages and local newspapers. And if we have made these publications aware of the risk they presented, it is because insubmission deserves to be defended, howled, celebrated and shouted by all possible means. We will never believe or respect the obedience they intend to impose, the submission and the fear they want to inoculate in people from the moment they are born.

Therefore, the actions printed in the chronologies are attacks against the materiality of domination. That is against buildings, cars, machines, roads, windows. Stuff. Objects. Symbols. Cops in the territory controlled by the Brazilian state are internationally famous for being a murderous police force. The so-called “pacification operations” are massacres, authentic massacres, such as Candelária and Carandiru, as well as the murder of Eltom Brum from behind his back that even had a police crowd receiving the murderer. And are they the ones who talk about terror, about evil gangs, about attempted murder? They show a sling and ecological bricks as weapons while they’re holding guns. They speak of terrorism and evil gangs while preparing the next invasion against a village or favela, where the dead will not even be mentioned by the media. That insignificant they are to them. We would like to believe that everyone feels insulted by the evidence of the Garden Delegate. In a context where weapons are commonplace, ecological bricks presented as explosives are an insult to anyone. However, we do not forget when Pinho Sol [famous deodorizer label] was considered a weapon and used “evidence” against Rafael Braga* whom they held behind bars until he got tuberculosis, that is, until they felt they had done everything to kill him.

The repression against anarchists show two things. First, to present “terrorists” on screen serves as a TV show to turn the spotlight away from issues such as corruption, political-police discredit and slow genocide throughout economic reforms. That they now try to solve the facts of 2013* and chase a book and literature, clearly shows a spectacular attempt to hide the growing attack on the population, to depoliticize through threats and spread fear even to read (evidently democratic practices). The second thing that presents an anti-anarchist persecution is that anarchy disturbs. When we speak of anarchy that disturbs, we are clearly not talking about well behaved boys and girls acting within the limits imposed by power, we do not speak of people who have laws in their bodies and hearts drawing their limits of action. When we speak of anarchy that disturbs, we speak of such a strong insubordination of people and groups that have been able to interrupt the normality of the power square, to paralyze the city, to break the symbols of militarization in Haiti**, to burn the vehicles that seize, and they kill dragging like horses of the inquisition (Claudia we do not forget your death).

The Kaos Library books spread this anarchy. The one that disturbs. The one that answers the clash of agribusiness, colonization civilization, militarization, ecocide, prison society… In simpler words, while domination tries to destroy the planet and all that they find undesirable, we spread what attacks the domination.

And when anarchy bothers, the reaction of the powerful threatens and wants to sniff the fear. The anarchic response to this persecution will remain in our hearts and actions. How we face this crossroads will mark the moment of our passage through the path of rebellious life.

Strength and solidarity with those prosecuted by “Operation Érebo”

Kaos Anarchic Library

October 2017

Translation notes:

* Rafael Braga was arrested during 2013 protests. At the time, he was homeless and was simply removed from his place while cops repressed the demo.

** 2013 is remembered as a year of street uprising against transportation fairs in great part of the territory under domain of the bra$ilian state. As in other territories in the world, there were a lot of insurgent protests mostly self organized.

*** Bra$ilian army is responsible for the militarization of Haiti.

Porto Alegre (Brasile): Testo di compagni anarchici su recenti attacchi anti-anarchici

via ANARHIJA

Testo di compagni anarchici su recenti attacchi anti-anarchici

Ciao compagni!

Scriviamo per darvi notizia sull’uragano che ha devastato le nostre case…

Questa mattina, alle ore 6, è stata lanciata un’operazione di polizia (Operazione Érebo) contro spazi, squat e case di individualità anarchiche. Hanno detto tramite mass media che questo è solo l’inizio, con 30 persone indagate, e che continueranno con le perquisizioni.

Hanno costruito, secondo la loro logica, un’organizzazione criminale internazionale, una “banda del male”, costituita per attaccare il potere e le sue strutture.

Gli attacchi incendiari sono realmente accaduti… siamo quello che siamo, e su questo non faremo marcia indietro: Siamo anarchici, amiamo la libertà e, sì, disprezziamo tutti i valori e le istituzioni che compongono questa macchina da guerra chiamata capitalismo e civiltà.

Che le notizie si diffondono e la solidarietà venga espressa.

Viva l’anarchia!

Contro l’Operazione Érebo

via ANARHIJA

La polizia ha iniziato la cosiddetta “OPERAZIONE ÉREBO” con l’obiettivo di incriminare gli anarchici nella città di Porto Alegre, regione meridionale del territorio dominato dallo Stato bra$iliano. Questa operazione rappresenta un tentativo di arrestare degli anarchici che avrebbero preso in attività informali dal 2013.

Su questo caso non abbiamo nulla dire, a parte il necessario:

NOI NON PARLIAMO IL LINGUAGGIO DEL NEMICO

Non importa se sono “colpevoli” o “innocenti”, e ancora meno se sono nel “giusto” o nel “torto”. La moralità è il linguaggio dei processi. Noi combattiamo contro le leggi, perché la loro natura repressiva esiste solo per mantenere “l’ordine e il progresso”, entrambi responsabili per la miseria umana. Noi siamo contro le carceri e perciò non collaboriamo per riempire questo deposito umano. Quindi, noi fortemente sosteniamo i dieci anarchici perseguiti dalla macchina genocida dello Stato.

NOI NON CREDIAMO NELLO SPETTACOLO MEDIATICO

Come sempre i media sfruttano questo recente episodio per creare il proprio spettacolo. I notiziari cercano di descrivere gli anarchici come parte di un solo gruppo, per dare credibilità al commissario Paulo César Jardim e ai suoi cani. I giorni della marcia nazione in cui viviamo sono molti fragili, e per questo ci è chiaro che i media hanno solo interessi politici, che noi disprezziamo.

È IMPOSSIBILE ARRESTARE UN’IDEA

Né una né mille operazioni di polizia saranno capaci, come loro dicono, di “smobilitare” la nostra lotta per la libertà. L’anarchia sorge dalle crepe di autoritarismo e di dominio tecnologico, ed è perciò che i potenti non ci fermeranno. La nostra passione per la libertà è più forte di ogni cella.

PER LA LIBERTÀ TOTALE!!!

SIAMO OVUNQUE!!!

Text from Anarchist Comrades About the Recent Anti-Anarchist Raids in Porto Alegre

via INSURRECTION NEWS

Hello comrades!

We write to give news of the storms that devastated our homes…

This morning from 6AM a police operation (Operation Erebo) was unleashed against spaces, squats and homes of anarchist individuals. They say via the mass media that this is only the beginning with 30 individuals under investigation and that they will continue the raids.

They have constructed according to their way of thinking an international criminal organization, a ‘gang of evil’, formed to attack power and its structures.

The incendiary attacks that occurred are true…we are what we are and in that we will not back down: We are anarchists, we love freedom and yes, we despise all the values and institutions that this war machine called capitalism and civilization is comprised of.

Let the news spread and solidarity be manifested.
Long live anarchy!

Texto de compas anarquistas sobre a recente incursão anti-anarquista em Porto Alegre

via INSURRECTION NEWS

“Salve compas!

Escrevemos para dar notícias das tormentas que assolam nossas casas…

Nessa manhã à partir das 6 a.m. uma operação polícial (Operação Érebo)) foi deflagrada contra espaços, ocupações e casas de individualidades anarquistas. Eles e seus porta vozes (meios de comunicação) dizem que é apenas o começo com 30 investigadxs e que as investigações continuarão…

Construiram de acordo com sua maneira de ver o mundo uma organização informal “quadrilha do mal” articulada para atacar o poder e suas estruturas.

Os ataques ocorridos (incêndios) são verídicos (…) Somos o que somos e nisso não vamos retroceder: somos anarquistas, amamos a liberdade e sim, desprezamos a todos os valores e instituições que compõem essa máquina de guerra que se chama capitalismo, civilização.

Que se extenda a notícia e se manifeste a solidariedade.

Viva a anarquia!”

AGAINST ”OPERATION ÉREBO”

AGAINST “OP. ÉREBO!”
Tormentas de Fogo

Police started the so called “OPERATION ÉREBO” aiming to prosecute anarchists in Porto Alegre city, south region of the territory under domain of bra$silian state. This operation is an attempt to arrest anarchists that supposedly took part in informal activities since 2013.
About this case, we don’t have nothing to say but the necessary:

WE DON’T SPEAK THE ENEMIES LANGUAGE

It doesn’t matter if they are “guilty” or “innocent”, much less if they were “right” or “wrong”. Morality is the language of trials. We fight against laws, because its oppressive nature exists only for maintaining “order and progress”, both responsible for human misery. We stand against prisons and therefore we do not cooperate to fill this human warehouse. So we strongly support all anarchists prosecuted by the state’s genocidal machine.

WE DO NOT BELIEVE THE MIDIATIC SPECTACLE

As always, the media takes advantage from this recent episode to form its spectacle. The news tries to paint anarchists as part of one single group as a way to give deputy Paulo César Jardim and his dogs from the Civil Police some credits. The moment of the rotten nation we live in is very fragile and therefore it is clear for us that media has only political interests which we despise.

THERE’S NO WAY TO ARREST AN IDEA

Neither one nor a thousand police operations will be capable to, as they say, “demobilize” our fight for freedom. Anarchy rises from the gaps of authority and technological domain, and that is why the powerful won’t stop us. Our passion for freedom is stronger than every cell.

OUR ENEMY DOES NOT WANT OUR FREEDOM

To stand against operation “OPERATION EREBO”, means affirm the complicity with all persecuted anarchists. We will rise, we will not hide. For each threat of the state, strike back and disobedience. Solidarity is more than a word, it is an insubmissive action.

WE ARE EVERYWHERE!!!

“We are anarchists, we love freedom and yes, we despise all the values and institutions that this war machine called capitalism and civilization is comprised of.”