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INDONÉSIA: ATUALIZAÇÕES SOBRE XS PRISIONEIRXS ANARQUISTAS EM YOGYAKARTA

 

protesto durante o 1 de Maio em Yogyakarta, no território dominado pelo Estado da Indonésia.

via MPALOTHIA

tradução tormentas de fogo

“A prisão é um marco no caminho dxs revolucionárixs rumo à liberdade. É uma parada intermediária, mas não é o fim”Conspiração de Células de Fogo

Desde o dia 1o de maio de 2018 até hoje (4 de julho de 2018), xs prisioneirxs anarquistas em Yogyakarta ainda não enfrentaram processos judiciais. As informações recebidas são de que xs prisioneirxs anarquistas deveriam ter sido transferidos para a Prisão Cebongan em Sleman em 29 de junho de 2018, pois o promotor xs mantém na delegacia de polícia de Yogyakarta desde 1º de maio para o processo de investigação. No entanto, a transferência planejada foi cancelada e o período de detenção na delegacia de Yogyakarta foi prorrogado até 30 de julho de 2018, com base em mais investigações.Acreditamos que o processo de investigação prolongada é devido a este caso ser politizado, é evidente, pelas muitas opiniões que vieram à tona, que a ação no 1º de maio foi um ato de oposição contra o governo.

Quanto à condição dos prisioneiros anarquistas de Yogyakarta, um deles, Brian Valentino (UCIL), foi levado ao hospital devido a problemas respiratórios e problemas de estômago. Agora, Ucil ainda está se recuperando, mas ele continua de bom humor e está sempre espalhando sorrisos para outros prisioneiros. Quanto axs outrxs prisioneirxs anarquistas, todos estão em boa saúde física e psicologicamente, mas sabemos da pressão que sofrem de várias partes, especialmente da polícia e do estado.

Continuaremos a fornecer informações sobre a situação dxs prisioneirxs anarquistas e o andamento do caso. Obrigado a todxs xs amigxs que demonstraram solidariedade para xs prisioneirxs anarquistas de Yogyakarta.

“Infelizmente, o sonho que carregamos em nossos corações é grande demais para evitar o risco de nos encontrarmos contra a parede monstruosa de autoridade erguida em defesa do Estado e do Capital” Nicola Gai

 

 

México: Comunicado público do grupo Conspiração Células de Fogo (CCF)

via CONTRAINFO

tradução tormentas de fogo

Contra todo o poder e seus múltiplos “mundos”, pela reconstituição da Conspiração das Células de Fogo (CCF) do México.

– Uma resposta pública ao nauseante manifesto anarco-populista

“Devemos nos lembrar de nossas experiências passadas, não para imitá-las, mas para ir muito além” – Compas encarceradxs do CCF-Grécia

Às vezes é conveniente deixar passar o tempo para processar os fatos. Já se passaram 20 dias desde que os anarco-demagogos do México emitiram seu “manifesto” de apoio a Peje (//www.alasbarricadas.org/noticias/node/40136), inspirado na suposta “oportunidade” para os anarco-comunistas “para passar o projeto morenista à esquerda” e tornaram pública sua lista de “30 personalidades comprometidas com a soberania popular” eleitas para formar a coordenação nacional de uma “Frente Popular Classista”.

Esperávamos ter lido ou ouvido algumas críticas deste escrito a partir de diferentes posições libertárias, embora o tempo tenha decorrido e o silêncio cúmplice tenha acompanhado o manifesto.

Os signatários do documento sob o pseudônimo de “Alguns Libertarios Organizados” clamam, sem vergonha nenhuma, para construir o Poder Popular à baixo e à esquerda através da rota eleitoral para depois implantar o “Comunismo Libertário no nariz do Império”.

Certamente, são poucos os grupos “libertários” que publicamente tem afirmado um discurso anarco-populista tão nauseante e uma defesa tão cínica dos princípios neo-plataformistas e sua fórmula de poder popular. No entanto, não há uma única publicação do “anarquismo organizado” no México que não tenha aludido ao cansaço do “povo” e a sua defesa, da mesma forma que eles se pretendem “abaixo e à esquerda” com alegria singular. Portanto, não nos surpreende que esse discurso oportunista tenha promotores e defensores supostamente “anarquistas”.

Aparentemente, sua proposta não teve grande repercussão entre os outros grupos de anarco-demagogos ou eles decidiram permanecer “à margem” até as “coisas se definirem” e, assim, evitar “passos sem guarida”. Mas temos certeza sobre quais são suas pretensões.

Esse “manifesto” viria a ser o segundo texto dos anarco-populistas e, mais uma vez, eles publicariam um diagnóstico equivocado, dando como mortos xs informalistas e xs “insurreicionárixs inoperantes” no México.

Temos muito orgulho em dar a você a má notícia de que a tendência anárquica informal no México está em muito boa saúde e que suas conclusões errôneas não estão de acordo com a realidade. Que alguns grupos de afinidade anárquica decidiram se dissolver ou parar de reivindicar suas ações não representa “a morte” do informalismo no México ou “a retirada” da guerra anárquica. E para dizer que basta: anunciamos a reconstituição da Conspiração das Células de Fogo (CCF) no México.

Estamos inseridxs num debate internacional sobre as alternativas organizacionais e o dilema da reivindicação, dando seguimento à discussão em curso entre compa camarada Cospito e xs compas presxs do CCF-Grécia, bem como as contribuições para o novo ilegalismo dos compas Pombo Da Silva, Rodriguez e Argyrou.

Concordamos plenamente com Cospito que a criação de um “movimento anarquista autônomo”, ou um “pólo anarquista autônomo para a organização da guerrilha anarquista urbana” ou uma “Federação Anarquista Internacional”, é um passo atrás no desenrolar do novo ilegalismo e da tendência informalista. Um retorno ao passado, à era dos esquemas que nos coloca em risco de chegar novamente a uma organização clássica específica de síntese, um instrumento antigo, um bisturi enferrujado. Concordamos com o Cospito que formar uma organização estruturada através da criação de assembléias levaria inevitavelmente à criação de organizações específicas, distorcendo assim o objeto da informalidade, desviando-se dos objetivos que estabelecemos para nós mesmos.

É por isso que nesta segunda geração do CCF nós não nos assumimos como um grupo de afinidade ou como uma nova coordenação de células através do território mexicano (como xs compas que nos precederam) ou como uma federação, mas como uma arma, um metodologia da práxis, um pseudônimo sob o qual operariam até mesmo aquelxs compas totalmente alheixs a qualquer organização ou coordenação, um meio que possa ser usado por qualquer anarquista ou grupo de afinidade que aspire à destruição aqui e agora.

O ressurgimento desta proposta limita-se a ser um chamado a todos os informalistas, aos individualistas, anarco-niilistas, novxs insurreicionárixs para redobrar a guerra anárquica contra toda a autoridade a partir deste abrangente slogan. Reivindiquemos todas as nossas ações sob esta crescente Conspiração, criando assim novos caminhos de conflito permanente, separados da uniformidade, da ideologia e da pestilente política.

Ao contrário dos anarco-demagogos, nós não chamamos para votar, mas sim para uma abstinência insurreicionária consciente. Seu maldito circo eleitoral não se importa, nós reconhecemos que todos os candidatos em disputa são da mesma laia (talvez uns mais populistas que outros), mas mesmo que alguns façam a diferença, não seremos cativados por canções de sereias. Nós não nos importamos com suas reformas, suas transformações ou suas revoluções por um mundo melhor. Lutamos contra o sistema de dominação, contra toda autoridade, contra todo o poder, mesmo que seja chamado de popular. Nós lutamos pela destruição aqui e agora, nós lutamos pela libertação total. Que fique quem ficar, a nossa guerra continua.

Pela tendência anárquica informal!

Pela Internacional Negra!

Pela anarquia!

Conspiração das Células de Fogo (sem apelidos)

20/06/2018

CHILE: ATUALIZAÇÕES SOBRE O “CASO SECURITY”

via CONTRAINFO

tradução tormentas de fogo

21/06/2018 – Sobre a situação do compa Marcelo

Marcelo Villarroel Sepúlveda, é um combatente subversivo e atual preso político, que sempre esteve na linha de frente de diferentes momentos da luta de classes no Chile, desde o fascista Pinochet até seus continuadores que agora administram o grande capital, fato que o levou a estar quase metade de sua vida atrás das grades.

De muito “moleque”, e como muitos outros jovens populares, ele se juntou ao Movimento Jovem Lautaro nos combates contra a ditadura, recuperando comida e outros suprimentos para a população, fazendo propaganda armada e golpeando os símbolos de poder daqueles anos, cujo complexo grupo político MAPU-LAUTARO definiu como: “Guerra Insurrecional de Massas”

Depois de viver a repressão nas prisões de Pinochet, como outrxs lutadorxs, ele decidiu não engolir a história da transição acordada, entendendo que o fim da ditadura militar foi a continuidade da ditadura do grande capital, então ele não parou de lutar contra a opressão. Assim sendo ele cai preso em 1992, cumprindo prisão por 11 longos anos.

Uma vez detido na “democracia”, e depois de ser afastado do MAPU-LAUTARO por assumir uma posição libertária, Marcelo juntamente com outrxs compas fundou o coletivo “Kamina Libre”, realizando várias atividades anti-prisões e anti-autoritárias em diferentes partes.

Em 2007, Marcelo e outros compas são acusados de autoria de algumas recuperações bancárias em que um policial é morto, razão pela qual uma imensa operação repressiva está sendo realizada no Chile e na Argentina, resultando na prisão de várias pessoas.

Apesar de estar perto de cumprir o prazo para começar a solicitar os benefícios penitenciários por sua última condenação, o Estado pede a Marcelo mais de 40 anos de prisão da vergonhosa justiça militar por ações dos anos 90, evidenciando a clara intenção.de mantê-lo encarcerado por toda a vida, por causa de sua audácia de nunca ter sido domesticado pelas leis da injustiça e do capital.

LIBERDADE PARA O COMPA MARCELO VILLAROEL SEPÚLVEDA!
ENQUANTO HOUVER MISÉRIA, HAVERÁ REBELIÃO!

20/06/2018 – O COMPA FREDDY SAI DA PRISÃO!

Comunicado dos prisioneiros subversivos Juan Aliste Vega e Marcelo Villarroel Sepúlveda:

À quem combate contra o estado, a cadeia e o capital em todo o mundo.

– Para os nossos compas e irmãos lutadores.
– Para todas as pessoas que nos acompanharam nestes 10 anos de resistência ao encarceramento.
– Aos Núcleos, grupos, organizações e indivíduos subversivos e libertários autônomos.
– Para nossas famílias.

Ontem, segunda-feira, 18 de junho de 2018, nosso irmão, amigo e companheiro Freddy Fuentevilla Saa deixou a prisão de segurança máxima em Santiago do Chile depois de 10 anos e quase 3 meses de confinamento ininterrupto, sob o que a justiça do poder denomina por “liberdade condicional”.

Relatar este longo trajeto, seus avatares, cada momento no cativeiro é difícil nestas cartas carregadas de sentimentos encontrados onde hoje domina a imensa alegria de ver um dos nosso caminhando parafora destes muros, reencontrando-se com seus amores e carinhos que alimentam o coração indomável de todxs xs que não renunciam nem se curvam diante do tempo horrendo do cativeiro.

A inexorável passagem do tempo hoje nos dá uma mão permitindo que que nosso compa novamente olhe para o céu sem barras de ferro, saindo desses espaços estreitos de cimento e metal penitenciário que não foram capazes de acabar com nossa férrea convicção insurrecta.

Em cada passo dado, com a aprendizagem constante e a vontade intacta continuamos irmanados com todxs que se rebelam perante um mundo doente que somente nos oferece uma vida descartável, cimentada com os valores mais pútridos que poderíamos ter imaginado e que estão anunciando o desaparecimento da vida caso nós não nos opormos através da resistência multiforme persistente.

O mundo do poder, da autoridade e das hierarquias, do nazifascismo em todas as suas variantes e cores, a pretensão de controle total e a ideologia que o justifica continuam a ser destinatários da nossa eterna raiva ancestral e por isso insistimos na continuidade da luta mais além das grades e das paredes onde hoje ainda seguimos em punho alto.

Nossas batalhas atuais são urgentes!

Redobrar os esforços para superar a indiferença dos carcereiros com a qual neste momento tratam a situação médica de Juan é urgente.

Da mesma forma, a situação jurídica de Marcelo, que deve cumprir 10.123 dias de prisão de acordo com as condenações provenientes dos ministérios militares da década de 90, é uma aberração.

A prisão é vivida dentro e fora das paredes perimetrais… em nenhum caso o nosso irmão está livre, hoje só pode caminhar através das ruas com medidas severas de controle como assinatura semanal e restrições de deslocamento regional, além do inevitável controle policial.

Um passo mais perto dos seus, um momento necessário para recuperar o oxigênio depois de tantos anos atrás das grades.

Nós abraçamos com firmeza e cumplicidade subversiva todxs xs presxs dignxs que não se rendem nas cadeias do Chile, Argentina, Brasil, Peru, Colômbia, México, EUA, Itália, Espanha, Grécia, Rússia, Ucrânia e em todos os rincões do planeta onde se luta de forma autônoma e horizontal, buscando a libertação total dos povos, indivíduos e comunidades.

Com carinho e fraternidade aos perseguidos que caminham zombando da lei…

SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE INTERNACIONALISTA PELA DEMOLIÇÃO DAS PRISÕES!!!

CONTRA O ESTADO, O CÁRCERE E O CAPITAL: GUERRA SOCIAL!!!

ENQUANTO HOUVER MISÉRIA, HAVERÁ REBELIÃO!!!

VALPARAISO: ATUALIZAÇÕES SOBRE O CASO “21 DE MAIO”

 

via PUBLICACION REFRACTARIO

tradução tormentas de fogo

26/06/2018

“Declaram culpadxs xs 6 companheirxs processadxs pelo caso 21 de mayo + veredito”

No dia 26 de junho de 2018, Francisco Hermosilla, Mario Fuentes Melo e Valeria Echeverría decidiram novamente sobre a vida das pessoas. Os três juízes miseráveis do IV Tribunal Penal Oral de Valparaíso, no alto do seu pódio cumpriram seu papel de engrenagens do sistema jurídico-prisional.

Desta vez decidiram emitir um veredito condenatório contra 6 compas acusadxs de participar dos distúrbios de 21 de maio em 2016, no qual o guarda municipal Eduardo Lara morreu asfixiado em uma farmácia nas imediações, por conta da fumaça gerada pelo incêndio.

O nauseante poder judiciário considerou xs compas culpadxs pelos seguintes delitos:

Miguel Ángel Varela Veas: Autor do crime de incêndio que resultou em morte + porte de bomba molotov.

Felipe Ríos Henríquez: Autor do crime de incêndio resultando em morte.

Constanza Gutiérrez Salinas: Coautora do crime de incêndio resultando em morte.

Hugo Barraza Araya: Co-autor do crime de incêndio resultando em morte.

Nicolás Bayer Monnard: Co-autor do crime de incêndio resultando em morte.

Rodrigo Araya Villalobos: Co-autor do crime de incêndio resultando em morte.

O perseguidor do caso “21 de maio”, ou promotor Cristián Andrade, que solicitou sentenças de 15 a 25 anos, comemorou que o tribunal aceitou sua tese: “Existe uma conformidade em haver reconhecido que a morte de Eduardo Lara foi produto do incêndio”.

Lembre-se que xs 6 companheirxs permaneceram nas ruas sujeitxs a várias medidas cautelares (assinaturas no fórum, canseiras e, em alguns casos, prisão domiciliar), mas na audiência de hoje a acusação solicitou prisão preventiva enquanto aguardava a condenação, rejeitada pelo tribunal.

Assistiram à audiência Hugo, Constanza, Nicolás e Rodrigo Araya, enquanto os companheiros Miguel e Felipe se recusaram a vir, resultando numa ordem de prisão contra ambos.

A sentença, onde o tribunal decretará os anos da condenação dxs compas, será lida no dia 7 de julho às 10: 00hrs, desde então a defesa poderá recorrer da nulidade do julgamento.

Hoje, novamente, observamos uma evidente vingança jurídica exercida durante um processo político. Não importam as imagens desconexas mostradas pela polícia, a falta de qualquer teste de hidrocarboneto ou até mesmo os relatórios da ANI especulando sobre alguém responsável. Hoje o laudo judicial afirma como relação direta a participação nos tumultos de 21 de maio, o ataque incendiário a uma farmácia com a morte por sufocamento de um trabalhador municipal trancado por seus patrões, que estavam vários andares acima. A confusão é completa em função de manter a razão do Estado.

Esta sentença é um ataque à luta rueira e às expressões transbordadas nas manifestações, procurando mostrar alguns responsáveis para satisfazer os desejos de vingança do município de Valparaíso. Hoje como ontem nem o silêncio, nem a passividade são táticas para enfrentar o linchamento legal.

SOLIDARIEDADE ATIVA E INSURRECTA COM XS COMPAS CONDENADXS!!!

ACOMPANHAR, APOIAR E ABRIR CAMINHOS PARA XS COMPAS MIGUEL E FELIPE!!!

“Xs 6 indiciadxs são parte ativa do movimento social contra o extrativismo em seus respectivos territórios, principalmente na luta regional contra o mega projeto colonizador de devastação da natureza, conhecido por suas iniciais: IIRSA

No contexto do protesto social convocado por diversas organizações no dia 21 de maio de 2016, enquanto acontecia a conta pública anual no congresso nacional, milhares de pessoas se reuniram para demonstrar sua insatisfação com as políticas públicas neoliberais. Nesse cenário, houve vários confrontos com a polícia, onde individualidades e coletividades atacaram símbolos do capitalismo, do consumo e da exploração. Dentro dos edifícios afetados está o incêndio de uma farmácia, localizada em um prédio cujos andares superiores abrigavam escritórios municipais. Infelizmente, neste incidente em que o fogo se espalhou por toda a estrutura, um trabalhador municipal morreu sob condições de trabalho questionáveis; ele estava dentro da propriedade danificada. O dia terminou sem detenções em relação a esse fato específico.

Depois de 3 meses do trágico evento, através de espetacularizações nas cidades da quarta e quinta região, que ainda tiveram, em todos os momentos, a presença de uma equipe de imprensa do canal 13, 6 compas são presxs. Elxs são enquadradxs no dia seguinte e em função da falta de evidências por parte promotoria, a medida preventiva requerida de prisão preventiva não é obtida. A investigação é postergada num prazo de 6 meses; No entanto, durante o processo e sem novas evidências, a medida de precaução para uma das pessoas acusadas é alterada para prisão domiciliar.

O megaprojeto da IIRSA foi rejeitad por grande parte das organizações sociais que habitam os territórios afetados. Tornou-se um tema transversal para vários setores e organizações, juntamente a uma grande variedade de grupos, nos quais xs acusadxs participam, levando adiante fóruns e outras atividades informativas para disseminar esse problema. Denunciamos que essas atividades relacionadas à defesa de terras e territórios têm sido constantemente monitoradas pela polícia e pelos serviços de inteligência: por meio de gravações, controle de identidades e outras técnicas de assédio. O Ministério Público Federal incorporou à pasta de investigação e, entre as alegadas evidências, material audiovisual registrado em atividades organizadas em torno deste assunto realizadas antes e após o evento investigado. Essa situação evidencia uma perseguição política, previamente articulada, que pretende criminalizar e punir idéias e grupos de amigxs e afines. Perseguição que busca deter e reprimir a articulação do genuíno e necessário protesto contra os projetos extrativistas, que atentam contra a natureza e a própria vida. Denunciamos também um processo falho, cheio de irregularidades e influenciado, obviamente, por razões políticas.”

França: A batalha da Floresta de Bure – Buscas e apreensões domiciliares, detenções e custódias

via BURE WILL BE THEIR DOWNFALL

tradução tormentas de fogo

França: A batalha da Floresta de Bure – Buscas e apreensões domiciliares, detenções e custódias

Hoje, quarta-feira, 20 de junho de 2018, a luta contra o projeto cigeo foi atingida por uma onda de incursões policiais. Às 7 da manhã, a Casa da Resistência em Bure foi vasculhada. Neste momento, as buscas ainda estão em andamento. 8 casas e espaços coletivos foram simultaneamente revistados. Em todos esses lugares, as razões para as incurseõs não foram explicadas. Em muitos casos não houve apresentação de um mandado. De acordo com um comunicado de imprensa da AFP (France Presse), que retoma as declarações do procurador Glady, as incursões estão ligadas a “três casos de 2017”. As últimas incursões, ainda em setembro, já aconteceram sob esse pretexto. Até agora, pelo menos oito pessoas foram detidas após terem sido sujeitadas. Um procedimento de busca excepcional foi usado contra um advogado para permitir sua prisão. A operação policial continua e suspeitamos que o resultado do dia ainda piorará.

Queremos sublinhar que os incidentes de hoje são o clímax de uma semana de repressão intensificada. A ocupação militar visa especificamente enfraquecer nossa capacidade de se reunir e, de modo geral, a nossa vida diária no território. Durante esta semana, tem havido uma presença militar ainda maior em torno das aldeias de Mandres-en-Barrois e Bure, do que já acontecia desde o despejo da floresta, acompanhado de patrulhas de carro e uma maior quantidade de controles de identificação que incluíam levar pessoas para identificação na delegacia. Durante o dia da mobilização e no fim de semana de 16/17 de junho, ocorreram pelo menos 19 detenções.

Nesta segunda-feira três pessoas receberam sentenças pesadas relacionadas à manifestação do dia 16 e duas delas atualmente estão na prisão. Desde o começo da semana, seis pessoas foram presas em Bure e nos arredores. Essa ameaça de ser presx é permanente e os desdobramentos são enormes (centenas de policiais militares – gendarmes, viaturas, cavalria, drones, aviões de pequeno porte, câmeras de todos os tipos). Apesar dessa grande operação estatal que visa nos intimidar, continuamos a ser determinados em nossa luta contra o projeto CIGEO [NOTA DE TRADUÇÃO: Cigéo (Centro Industrial de Armazenamento Geológico) é o projeto francês de um centro para o descarte de resíduos radioativos], contra a ANDRA [NOTA DE TRADUÇÃO: Agência Nacional pela Gestão de Resíduos Radioativos] e seu mundo. Nós convocamos amplamente reuniões hoje às 6 da tarde, em frente a prefeituras, embaixadas ou consulados em toda a França e no mundo, a fim de mostrar solidariedade a essa luta, com as pessoas atualmente sob custódia ou presas.

ATENAS, GRÉCIA: GREEN NEMESIS – TERCEIRO ATO

Informe anônimo:

Em 28 de outubro, fizemos um duplo golpe na área de Zografou (atenas), queimando um caminhão refrigerado para o transporte de carne, usando um dispositivo incendiário. Nós também atacamos o carro de um caçador espalhando gasolina em seu interior. Também nos responsabilizamos pelo terceiro e imediato ato. Atacamos indiscriminadamente o que contribui para o encarceramento, abuso e miséria dos animais. Quer seja uma vitrine de cosméticos ou um açougueiro, etc.

ANTROPOCENTRISMO

Pessoas de idade mais avançada usavam os animais para seu benefício próprio. Com o desenvolvimento da tecnologia e seus meios, a exploração de animais cresceu, enquanto o valor da vida foi deteriorado. O antropocentrismo é responsável por levar milhões de animais à morte para se tornar alimento, e não apenas. Existem vários ramos da indústria e do mercado que realizam experimentos em animais. Além de que as pessoas ainda usam animais para seu próprio entretenimento.

A atitude da espécie humana fez com que esta pensasse ser mais importante que a natureza e qualquer outro animal, constantemente examinando maneiras de como lucrar com a destruição, a pilhagem, a domesticação e a morte de animais e terras. Nesse sistema de valores, os animais, na melhor das hipóteses, são objetos de uso e prazer, no sentido de que os seres humanos têm controle total dos quais como se fossem sua propriedade privada. É por isso que não nos surpreendemos quando os cidadãos, a mídia e a sociedade em geral ficam indignados ao ver um açougue vandalizado ou um veículo de transporte de carga queimado, cujo dono pratica caça, enquanto essas mesmas pessoas aplaudem festas e celebrações onde animais são sistematicamente torturados, humilhados e mortos, seja por diversão, seja simlesmente por “tradições”. Seguindo a mesma lógica, todas essas pessoas não se importam que a comida que enche as geladeiras e prateleiras dos supermercados venha de um interminável martírio de animais aprisionados em fazendas e fábricas, animais que estão sendo alimentados com antibióticos e outras drogas, crescendo em péssimas condições para que atinjam um peso e tamanho desejados durante um período mínimo de tempo. Todos nós vêmos animais de estimação sendo vendidos em lojas simplesmente para atender às necessidades de algumas pessoas, para fazê-las sentir que os animais as pertencem, ou para agradar o desejo impulsivo, os criando como bebês para que eles preenchem o vazio de sua inexistência e solidão. Nós também não vemos nenhuma dessas pessoas saindo de si quando outras estão envenenando, batendo, esfaqueando, matando e torturando cães e gatos “vira-latas”. Por isso, e por muitas outras razões, ainda escolhemos atacar os responsáveis e revidar um pouco, não só queimando suas propriedades e estruturas, sabotando bens de consumo e fluxo comercial, mas também, e por que não?, atacando-os também.

VEGANISMO E ANARQUIA

O veganismo em si é reformismo e não se trata de libertar animais ou causar dano a qualquer indústria. O antispecismo, em nossa opinião, compõe uma parte mais geral da anarquia e do antifascismo que, no país em que vivemos e agimos, não é muito compreensível. Todas as pessoas que respeitam a vida e a liberdade sabem muito bem o que precisa ser feito e é por isso que não estamos aqui para apontar o dedo em ninguém. É uma escolha pessoal e nada mais. Agora, o veganismo evoluiu através da indústria moderna para uma cultura de estilo de vida altamente pacifista que supostamente libera a consciência embora apenas legitime o dano econômico. Milhões de animais permanecem nas gaiolas esperando pela morte, na melhor das hipóteses, em indústrias e fazendas que usam táticas nazistas como em Auschwitz. Tudo isso é simplesmente uma teoria e, quando uma teoria não pode entrar em prática, nada mais é do que uma “filosofia”. Com o projeto Green Nemesis, alvejamos produtos de origem animal ou comercializados por empresas que exploram animais durante sua produção, sendo ainda mais um critério o fato de compor o cardápio para a seia de natal. Através desta ação, não temos a ilusão de que vamos fechar as empresas ou parar o sofrimento dos animais, mas queríamos fazer uma pequena perda financeira para as empresas gigantes.

A LUTA POR LIBERAÇÃO TOTAL NÃO É CLASSISTA

A usurpação e exploração de animais não só é apoiada apenas pela indústria e pelo capitalismo, mas também por pessoas comuns de todas as classes sociais – pobres, trabalhadores, classe média e ricos.

É por isso que não fazemos distinção entre grandes empresas ou pequenas lojas de bairro, pois todas fazem parte de um mesmo sistema. Com a mesma raiva, nós vamos quebrar um açougue pequeno, e, com a mesma raiva, vamos queimar as instalações de uma grande empresa ou colocar uma bala na cabeça dos responsáveis por esses “empregos”.

Apoiamos qualquer forma de ataque com consistência contra aqueles que torturam e lucram às custas dos animais em todos os meios possíveis, e não só somos capazes apenas de causar danos materiais. Não só somos capazes de atacar locais de trabalho, lojas ou meios utilizados para a criação de animais, mas também apoiamos todas as formas de ataque às suas casas e suas propriedades privadas.

– Nós estamos cansados de ações “simbólicas” com intuito de não prejudicar ninguém ou com sabotagens sem impacto, ou ações feitas para ficar de consciência limpa ou para ganhar algum mérito, enquanto os responsáveis pela chacina vivem uma vida pacífica sem medo.

– Nós estamos nos cansando do ativismo e da mentalidade ativista que quer ser amigável com todo mundo, sem prejudicar ninguém emocionalmente, convencendo a todos de que são pessoas justas e estão salvando animais e terra, sem que ninguém suje as mãos e arrisque sua segurança.

– Agora, nós estamos cansados da mentalidade pacifista e daqueles que estão assustados com o que dizemos e com o que fazemos porque estamos promovendo ataques a pessoas através de todos os meios possíveis. Vocês acreditam que ao possuir e propagar um estilo de vida vegan, vocẽs farão alguma coisa? Nós sabemos e temos certeza de que a exploração dos animais e a destruição do meio ambiente não vão parar, mas pelo menos vamos revidar um pouco da chacina que promovem. Toda nossa certeza é de que não permaneceremos em silêncio.

INCENDIÁRIXS VERDE E NEGRO

[IT] [EN] [ES] [PT] BRA$IL: RODA DE CONVERSA EM SOLIDARIEDADE, CONTRA A OPERAÇÃO ÉREBO

via A_N_A

No domingo (04/03), às 16 horas, haverá uma roda de conversa em
solidariedade com xs anarquistas perseguidxs na região sul do território
dominado pelo estado brasileiro.

O encontro acontecerá no “centro de cultura social”, no centro da cidade
de São Paulo.

Durante nossa conversa, haverá leitura de contrainformativos e troca de
ideias afins.

Para isto, preparamos um livreto com alguns dos textos escritos sobre o
assunto. O material está disponível em português, espanhol, inglês e
italiano para difusão gratuita.

ENGLISH ESPAÑOL ITALIANO PORTUGUÊS

Da leitura… à cumplicidade…

 

Publicação informativa sobre a Operação Antianárquica Érebo em Porto Alegre (RS). Um convite para o debate.

recebido via email 01/03

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR 

Vimos uma iniciativa, que chama à ofensiva e aviva nossos impulsos e instintos. Assim, respondemos ao chamado de Agitação Contra a Operação Érebo desde a tocaia na propagação de reflexões.

“Sentimos a necessidade de trazer o tema da Operação Érebo para a troca de ideias anárquica e Anarquista pois o tema parece observado através de um vidro embaçado. Não fica claro quais os alvos da Operação, suas repercussões, a situação dos anárquicos atingidos e nem se fala do que poderíamos apreender dessa experiência. Assim, achamos que há vários pontos que valem a pena refletir. E esta publicação é a ferramenta que nos parece pode ajudar a desembaçar alguns aspectos. Com essa intenção reproduzimos alguns textos e compartilhamos nossas reflexões. Trazemos estas reflexões, dentre várias perspectivas, a partir da visão com a qual nos sentimos mais próximos. Mas, não se trata somente de afinidade ou cumplicidade, trata-se também da necessidade de afincar na reflexão sobre a informalidade anárquica no território controlado pelo estado brasileiro.

Dentro das diferentes formas de viver o anarquismo e procurar a anarquia, o ataque informal anárquico está sendo omitido das reflexões e debates. Não podemos imaginar se isso acontece porque “não se sabe” dos ataques, porque “não se quer falar disso” ou porque algumas tendências anarquistas têm criado uma linha quase única de pensamento ácrata. O que está claro é que pouco ou nada se debate sobre o tema. Isto nos estranha já que sendo anarquistas como somos, as práticas subversivas de confrontação contra a dominação teriam que estar entre os temas favoritos de nossas conversas.”

Buenos Aires: que a política não apague a raiva!

via INSURRECTION NEWS

tradução tormentas de fogo

O folclore das datas faz seu chamado novamente, desta vez, como tantos outras, a convocatória cidadã olha em direção às bandeiras feministas, amparadas por partidos políticos e administradas pelo patriarca estatal, algumas dessas iniciativas se intitulam de “greve feminina”, outras de “jornadas de luta”, e todas abrem um espaço para inundar os discursos com sabor de reforma e negação da individualidade, enchem a boca com slogans de palavras como” neoliberalismo “, “repressão ” e “empoderamento “, iniciativa que tem por único objetivo preencher suas fileiras, suas urnas e seus bolsos.

O grito feminista e anti-patriarcal se expande no ar, e não deve nos surpreender que cada parcela do poder procure tomar uma fatia do bolo para deixar sua marca, que novamente a procissão desfile pelas ruas do centro tirando fotos com seus cartazes indignados, que os meios de comunicação apareçam mórbidos esperando algo fora do comum, para depois implantar toda sua parafernália jornalística buscando separar xs “violentxs” dxs “manifestantes”, o roteiro foi cumprido e continuará a ser cumprido em cada manifestação, porque eles sabem que somos perigosos, eles sabem que não temos medo, que não só não nos calamos, mas também que não respeitamos suas instituições ou suas lógicas autoritárias, eles sabem que a fúria feminista foi liberada, a ação foi tomada e despertou sorrisos e gestos de solidariedade em cada umx de nós que sentimos o patriarcado se impondo diariamente em nossas vidas.

É por isso que não devemos nos surpreender que essas mesmas mídias, que estiveram durante os últimos meses tentado retomar o discurso feminista bem intencionado nas suas notícias semanais, são as mesmas que, no 9 de março, repudiam qualquer ato vandálico que ocorre, alegando que estes “acontecem no lugar de expresse-se livre e pacificamente”.

Essas palavras são dedicadas para xs negadorxs, xs rebeldes, xs antiautoritárixs, xs anarquistas e todx aquelx que esteja cansadx desta sociedade e suas relações, para aquelxs que odeiam a polícia, que não esperam ver as igrejas em chamas mas sim levem nas suas costas o combustível para ver seu sonho se tornar realidade, para aquelxs que permanecem vivos no meio das massas e não se escondem atrás de rótulos, para nós que amamos a destruição deste mundo, bem como a criação de novas relações livres de autoridade, para nós que cobrimos nossos rostos para não esconder nossas intenções, nós, xs anônimxs que preferem ver arder os bastiões do estado e do capital, porque não nos conformamos de voltar para nossas casas satisfeitxs, nem estamos interessadxs em aparecer nos programas de televisão.

Este é um chamado para manter a rava viva, para tensionar nossas práticas para nos tornarmos mais eficazes, a cuidar de nós mesmos e de nossxs compas, mas acima de tudo não se esconder quando a repressão bater na porta.

O estado tirou suas armas dos lençóis, as mesmas armas que, nos últimos anos, estavam escondidas a portas fechadas para tortura, hoje são trazidas à tona para impor medo e paranóia, para nos trancar em nossas casas ou atrás das grades, mas é precisamente nestes momentos quando procuramos ser tão sigilosxs quanto ruidosxs dependendo da circunstância, é precisamente agora que é muito importante dar um passo a frente e responder.

Não vamos deixar os apropriadores transformarem a raiva em publicidade!

À expandir a revolta para além dos limites políticos e cidadãos!

 

Faixa em solidariedade com xs perseguidxs pela operação érebo

recebido via e-mail 21/02

Algumas palavras em solidariedade com xs anarquistas perseguidxs pela
operação Erebo em Porto Alegre (RS), desde algum lugar, no território
controlado pelo estado brasileiro e o capitalismo global.

Há quase 4 meses, uma operação policial liderada pelo delegado Jardim
invadiu casas particulares e espaços coletivos na cidade de Porto
Alegre. Várias pessoas e espaços acabaram sendo alvo dessa operação e
alguns livros editados pela biblioteca anárquica Kaos foram usados como
elementos comprobatórios para perseguir xs anarquistas.

Não pretendemos, nesse texto, voltar sobre a maneira como a imprensa
brasileira levou o caso, mesmo se vale a pena ressaltar a pertinência
com a qual a imprensa manipula as massas com o objetivo de manter uma
paz social titubeante.

Mesmo com todos os esforços do aparato policial-midiático por
despolitizar algumas propostas anarquistas- buscando encontrar alguma
“legitimidade” política em perseguir xs anarquistas “do mal”
aproveitando diferenças e buscando criar divisões entre tendências
diversas do anarquismo- a solidariedade combativa anarquista se manteve
em pé, e os punhos ficaram fechados aos inimigos!

Como acreditamos que a solidariedade é uma arma contra as tentativas
repressivas e contra o esquecimento e que também sabemos que ela deve
ser mais do que palavra para vibrar nos corações dos rebeldes, mandamos
essa mensagem simples mas, acreditamos, importante.

Penduramos uma faixa em solidariedade com xs anarquistas perseguidxs de
Porto Alegre. Para todxs aqueles que estão brigando contra as tormentas
da solidão e as intempéries da incerteza. Para todxs aqueles cuja vida
foi/está sendo perturbada por essa onda repressiva e que não baixaram
nem os braços, nem a cabeça!

Para todxs aqueles que, fazem frente as dificuldades despertando-se cada
manhã com a convicção de ter cruzado o ponto de não retorno.
Nunca nos poderão parar!

O contexto político-econômico no Brasil e da América Latina está cada
vez mais repressivo com os movimentos sociais. O clima político tem
sabor um sabor amargo para todxs xs que se opõem, de maneira geral, aos
avances do capitalismo devastador. Há uns dias, 12 famílias indígenas do
sul do Brasil foram torturadas, atingidas por balas de borracha e balas
de verdade pelo simples fato de reivindicar suas terras, que por certo,
lhes foram prometidas há quase 30 anos*!

Também tem esse sabor para as grandes “minorias” dessa sociedade
doente, que se vêm alvos de uma cada vez maior “limpeza social” em prol
de grandes empreendimentos, frutos do “progresso” e do
“desenvolvimento”. O governo mata “legalmente” mandando as forças
armadas do exército “limpar” as favelas** e o faz também organizando
“feiras agrícolas” cujo dinheiro é investido na “segurança” dos
fazendeiros podres e na matança dos índios e camponeses que se atrevem a
retomar, com suas próprias mãos, suas terras invadidas***.

Que não se enganem, terrorista é o Estado e violento o sistema que quer
nos impor uma vida que nunca escolhemos.

Os debates sobre a legitimidade da violência são um falso debate. Nunca
estaremos do lado de quem gosta de viver como escravo…

Os mesmos que celebram insurreições passadas, hoje condenam qualquer
impulso de violência libertadora, isso, sob pretextos diversos como o
fato de nos vivermos em uma “democracia”. Democracia, tecnocracia,
Ditadura, todos os regimes político-econômicos merecem de ser atacados,
nunca são e nunca poderão ser outra coisa que a expressão do poder
coercitivo e da dominação de uns poucos sobre o resto.

A articulação entre poder centralizado e capitalismo é inerente a
qualquer sociedade moderna globalizada e achar que se pode destruir o
capitalismo sem, junto, destruir as estruturas do poder estatal é uma
ilusão que nutrem alguns partidos de esquerda para seduzir almas
revolucionárias e assim ganharem alguns votos a mais nas próximas
eleições. Sejam de esquerda ou de direita quem governa, para eles, as
vidas dos Guarani Kaiowá, sempre valerão menos que a os benefícios da
exportação de toneladas de soja.

Se, no governo “Dilma” a limpeza social, a lei antiterrorismo, a
correria rumo a cada vez mais progresso e a perseguição política contra
os anarquistas estavam à ordem do dia, hoje, militantes do PT e do MST e
de toda a esquerda “radical” partidária tornam-se também alvos de
perseguição política.

Se ultimamente nos encontramos nas ruas para lutar, não esqueçamos porém
das profundas diferenças ideológicas e políticas que nos separam. Mesmo
se acreditamos que devemos repensar estratégias e tácticas de luta no
contexto atual, é interessante que nos questionemos sobre o papel/lugar
que jogamos no tabuleiro de xadrez da política regional, nacional (e
internacional), isso, justamente para não acabar sendo um dos peões
usados para ganhar a partida. A história tem muito a nos ensinar sobre
isso…

Mais que repostas, apontamos a provocações para refletir o panorama
atual e imaginar estratégias e ações que sigam espalhando a guerra
social.

As ondas repressivas contra xs que lutam buscam amedrontar e paralisar
qualquer tentativa de oposição ao sistema. É justamente o que não
podemos deixar que aconteça. Buscaremos os jeitos para, de qualquer
maneira, seguir lutando contra um sistema e um modo de vida que além de
não nos satisfazer enquanto indivíduos, baseia seus valores na dominação
e na exploração de uns poucos contra o resto.

A opressão, a dominação e a exploração devem ser atacadas desde suas
raízes e de forma radical. Não existem métodos prontos para isso, só se
tem a combinação da memória histórica com a imaginação criativa para
inventar, pensar, experimentar estratégias de luta em esse contexto cada
vez mais adversos.

Que essa pequena mensagem, como uma chama de revolta, ilumine o coração
dxs companheirxs perseguidxs….

Força e solidariedade combativa com xs anarquistas perseguidxs pela
Operação Érebo!

Com, na memória insurreta Guilherme Irish e Samuel Eggers presentes!

Viva a anarquia

Viva a Insurreição!

*No dia 17 de fevereiro de 2018, 12 famílias Kaingang em Passo Fundo
foram espancadas pelo BOE. Estavam ocupando uma aera do DNIT
reivindicando a demarcação das suas terras:

http://desacato.info/familias-kaingang-sao-espancadas-pela-policia-militar-em-passo-fundo-rs/

e

https://www.cimi.org.br/2018/02/policia-militar-agride-e-tortura-familias-kaingang-no-rio-grande-do-sul/

**
http://anovademocracia.com.br/noticias/8264-intervencao-no-rio-militares-querem-invadir-arbitrariamente-casas-de-moradores-em-favelas
e
http://anovademocracia.com.br/noticias/8254-intervencao-no-rio-forcas-armadas-vao-comandar-a-guerra-civil-contra-o-povo

*** Sobre esse tema ver o filme Martírio, ele traz informações
interessantes sobre os vínculos entre seguranças privados nas fazenda,
políticos e fazendeiros.